terça-feira, 21 de junho de 2016

Pense nisso! “[...]Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que significa “Meu Deus! Meus Deus! Por que me abandonastes? MT 27.46. Nos últimos momentos de crucificação, Jesus cita pendurado no madeiro o Salmo 22.1: “ Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?” Este é um salmo de lamentação de Davi. Os salmos de lamentações não é um lamento, mas sim, a expressão de uma lamentação. É possível que uma pessoa em estado sofrível lamente. Agora somente, depois, do ato vivencial do sofrimento, o ser consegue expressar sua lamentação, e isso pode ocorrer das mais diversas formas como: Porções artísticas, poéticas, composições..., transferindo em linguagem o sofrimento vivido. Somente depois desse experimento que conseguimos expressar o sentimos por meio do lamento. Geralmente confundimos murmuração com lamentação. Murmuração é a reclamação de alguém que perdeu a fé, alguém que mergulhado em um dilema resolveu expressar sua dúvida em meio a uma completa amargura. A Lamentação é a oração de alguém que não perdeu a fé, alguém que mergulhado em um dilema resolveu expressar sua dúvida em meio ao louvor. Sobre lamentação disse o filosofo francês Paul Ricoeur: “Na lamentação, a vida é vivida em dois polos, do lamento e do louvor. Esta tensão é brilhantemente expressa pela união de ambos no mesmo salmo. A súplica é acompanhada do louvor; o louvor pela suplica. Súplica sem louvor é desespero, ausência de esperança; louvor sem suplica é complacência, arrogância.”.